Entre os dias 29 de junho e 3 de julho, a capital do Quênia sediou o Global Voices Citizen Media Summit – ou Cúpula de Mídia Cidadã do Global Voices, em português. Cerca de 300 pessoas, entre colaboradores, convidados, jornalistas e acadêmicos, participaram das discussões sobre jornalismo cidadão, liberdade e vigilância na internet e sobre os usos das mídias cidadãs nos protestos de 2011.
O Global Voices é uma rede internacional de blogueiros e tradutores que escrevem e traduzem artigos com base na mídia cidadã. O objetivo é valorizar e amplificar conversações presentes nas mídias sociais, dando destaque a outras perspectivas e contextos para notícias. Dois projetos-irmãos complementam essas atividades: o Global Voices Advocacy, em defesa da liberdade na internet, e o projeto Rising Voices, dedicado à expressão de vozes pouco representadas no universo online.
Nos três primeiros dias, a cúpula foi um espaço de sessões internas entre os colaboradores do projeto, discutindo experiências passadas e desafios futuros. Os “GVers” discutiram a imbricação da mídia cidadã com tradução, vídeos, breaking news, podcasts, Twitter, educação e esportes, entre outros tópicos.
Os dois últimos dias do evento concentraram sessões sobre liberdade e vigilância na Internet. Uma mesa-redonda emocionante reuniu blogueiros que fizeram a cobertura dos levantes políticos da Primavera Árabe. Para eles, a segurança dos cidadãos em campo, sejam eles informantes, ou pessoas expostas em vídeos e fotos, foi uma preocupação permanente, visto que chegavam notícias de ativistas desaparecidos, presos e mortos. Outra sessão que vale ressaltar foi sobre liberdade, privacidade e corporações aproximou pesquisadores e um empresário do Google em uma calorosa discussão sobre mercado, lucro e vida privada.
Outras sessões discutiram transparência e uso de dados governamentais abertos, os desafios de fazer cobertura de mídia cidadã em países onde há pouca penetração da Internet – e especialmente com governos repressivos – e, como não poderia deixar de faltar, sobre o futuro do jornalismo cidadão. Alguns apostam no uso de fotos, outros apostam em redes de jornalistas cidadãos “on the ground”, enquanto outros apontam para o uso de vídeos, mas ainda estão por vir mais novidades tecnológicas e os diversos usos que serão feitos delas.
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